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Terras da Guarda

2024/02/15

Cantar de Galo, o espetáculo centenário e Julgamento do Galo

Concelho

Culpado! Foi este o veredicto final. Integrando a programação da “GuardaFolia 2024 - Aqui há Galo!”, o Desfile e Julgamento do Galo contou com a participação de 29 freguesias, com os seus carros alegóricos, satirizaram com muito humor temas como O encerramento da escola de S. Miguel, o hospital, o hotel de turismo e o Porto seco. Perante uma vasta plateia, o Julgamento do Galo decorreu, como habitualmente, na Praça Luís de Camões com um espetáculo em forma de “Opereta” com a criação artística do Grupo de Teatro da Vela.

O Julgamento e Morte do Galo que ocorre na cidade da Guarda representa um dos acontecimentos mais genuínos realizados no período do Carnaval em Portugal. Sem samba, lantejoulas e imitações desapropriadas, o acontecimento tem raízes tradicionais no que se realizava há muitos anos em Pousade, tal como é digno de registo o que Cameira Serra/Pires Veiga mencionam na Revista Altitude de Agosto de 1983 como sendo uma das quadras recitadas antes da morte do galo em Valhelhas em 1909, ou seja, há 115 anos:

Com os anos, conta quem sabe, emigrou de Pousade para o largo da Sé no ano 2001.

Manteve a narrativa e, como toda a tradição, foi -se renovando e absorvendo gradualmente novas penugens de modernidade.

A Folia continua a pugnar por ser um momento de purga dos males que afetam a humanidade, libertando-a metaforicamente das situações que a atormentam.

A sátira abraça a comicidade e a fantasia, a tolerância, o prazer e a diversão perduram desde o tempo dos Gregos que 'sacrificavam o galo a Escolápio, deus da medicina, esperando assim, segundo a fábula, curar os doentes e, até, ressuscitar os mortos'.

O antigo ritual passou a originar um espetáculo que, na essência, sustenta um guião que incide em temas e situações que, infelizmente, inundam a atualidade.

Uma orquestra substitui a concertina que, antigamente, era tocada a solo, enquanto as acusações eram proferidas.

A cenografia é implantada junto à Sé que guarda memórias e se assume majestosamente um cenário ímpar, entre os muitos dignificam a identidade da cidade. O Largo tem como nome, Luís de Camões, nosso poeta maior, sendo também motivo de celebração singela os 500 anos do seu nascimento, não fosse ele um audacioso e mordaz autor de textos teatrais e poética incomparáveis.

 

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